Varsóvia é daqueles lugares que encantam não só aos olhos, mas também ao coração. Me surpreendi pela beleza da capital polonesa, por sua energia jovem e pela simpatia da população com os turistas. Depois de conhecer e entender ainda mais sobre sua história, senti um carinho especial por essa cidade.
Informações básicas
Reservei três dias inteiros pra conhecer seus encantos. Cheguei lá de avião a partir de Lisboa e foi bem fácil de me locomover do aeroporto até o centro. Inclusive, nesse post, você encontra mais detalhes sobre esse trajeto. O Brasil não faz voos diretos para a Polônia, mas chega-se facilmente através das principais cidades europeias, como Lisboa, Londres , Amsterdã, entre outras.
História
A capital polonesa passou por momentos tensos e tristes durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 1940. Presenciou mais da metade do seu povo ser perseguido pelos nazistas e viu, com muito sofrimento, a cidade ser quase que totalmente destruída. Por esse motivo, após a guerra, foi necessária uma urgente reconstrução minuciosa de todas as suas edificações. Posteriormente, Varsóvia vivenciou o Regime Soviético, trazendo mais apreensão para a população.
O povo polonês é corajoso, exemplo de força e raça. Pois mesmo com o regime nazista “a todo vapor”, confinando os judeus da cidade entre os muros do gueto e enviando milhares deles para os campos de concentração, parte da sua população ainda teve forças para tentar se libertar do controle nazi.
Em 1944, a resistência polonesa organizou um movimento de revolta contra quem estava no poder – a Alemanha nazista. Essa ação foi batizada como o Levante de Varsóvia, ou ainda a Insurreição de Varsóvia. Sendo assim, em homenagem a esse ato, existem diferentes monumentos espalhados pela cidade.
O que visitar em Varsóvia?
A chamada Stare Miasto, ou Cidade Velha, é considerada patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO. Rodeada pela Muralha Barbican, do século 13, é muito charmosa. Assim sendo, você tem muito o que conhecer em Varsóvia:
- Suas tradicionais construções coloridas uma ao lado da outra que são puro charme.
- Monumentos históricos, como a Coluna Sygmund, em homenagem ao Rei Segismundo III (quem nomeou Varsóvia como a capital da Polônia).
- O Castelo Real, uma vez que serviu como residência aos diversos reis que comandaram a cidade em diferentes épocas.
- Inúmeras Igrejas – visto que a capital é extremamente religiosa.
Todas essas atrações, fazem da Cidade Velha, o local mais interessante de explorar e se estar em Varsóvia.
A Stare Miasto tem duas praças principais, a chamada de Praça do Mercado e a Praça do Castelo. Em ambas delas se concentram muitos restaurantes, bares e cafés com suas mesinhas na rua que acrescentam um toque charmoso à cidade. Sendo assim, nas ruas adjacentes a essas praças, é possível encontrar mais opções de bares, pizzarias, sorveterias e diversas lojinhas de souvenir.
Gueto Judaico
Mas Varsóvia vai muito além das suas famosas casinhas coloridas e deliciosos restaurantes. A cidade passou por uma drástica modificação na sua planta original quando se criou o chamado Gueto Judaico, durante o comando nazista no país.
Nesse período, foram construídos muros da noite para o dia, fragmentando Varsóvia e seus moradores, já que, para dentro dessa região murada, foram enviados mais da metade da população da cidade, todos judeus. Ainda assim, é possível enxergar partes desse muro pela cidade e marcas como a da foto abaixo, mostrando o seu espaço no chão.
Museus
Para enriquecer ainda mais a estadia em Varsóvia, a cidade conta com diferentes museus sobre sua história. É difícil decidir em qual ir, principalmente, se você não tem muito tempo, como foi o meu caso.
Por isso, eu optei por conhecer o museu que aborda a história dos judeus poloneses, o Polin e o Museu do Levante, que conta sobre a revolta dos poloneses contra o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Recomendo, sem dúvida alguma, esses dois. Reservei um turno para cada um deles e consegui conhecê-los com calma, que era o que eu queria. Aliás, falei mais sobre os museus da cidade nesse post aqui.
Em Varsóvia você também pode visitar museus destinados a personalidades polonesas, como o do astrônomo e matemático Nicolau Copérnico e o do pianista e compositor Frédéric Chopin.
Conhecido pela famosa teoria em que coloca o Sol no centro do Sistema Solar, Copérnico tem o seu nome intitulado em um Centro de Ciências. Ideal para crianças e adultos, o espaço conta com inúmeras atrações e experiências interativas sobre os mais diversos assuntos.
Já o museu que leva o nome de Chopin, conta a história do compositor e apresenta o acervo do músico através de imagens, objetos e painéis interativos. Para quem é amante da música clássica, é um must go.
Arquitetura
A arquitetura de Varsóvia flui muito bem entre o antigo e o moderno. Sendo assim, instiga a maneira com que prédios altíssimos e envidraçados da era moderna se misturam e complementam com os prédios simples e retos do período comunista. no entanto, a mescla deles cria um visual muito interessante.
O prédio mais emblemático da cidade é o Palácio da Cultura e da Ciência. Uma vez que ele foi erguido durante o regime soviético, não é o prédio mais querido pelos poloneses, pois foi praticamente imposto pelo governo stalinista e é conhecido como um marco dessa época. É a construção mais alta da Polônia, imponente e tem uma arquitetura única.
Foi inaugurado em 1955 e é um símbolo da Varsóvia moderna desse período. O edifício foi construído, porque Stalin queria dar um presente para a cidade e chamou arquitetos de Nova York para a realização do projeto. Vai dizer que não lembra, em termos, o icônico Empire State Building da cidade americana?
Andar a pé por Varsóvia
A capital polonesa é segura, por isso, você caminha tranquilamente por lá, a qualquer hora do dia e da noite. Aliás, a cidade é ótima pra ser descoberta a pé, apesar de ter um transporte público de ótima qualidade.
Existem diversos passeios a pé guiados sobre assuntos diferenciados relacionados à cidade. São os chamados Free Walking Tours oferecidos por várias empresas e em diversas línguas. São passeios gratuitos em que você paga uma contribuição aos guias somente se quiser. Nesse post, você tem mais informações sobre o passeio.
É a maneira que eu mais gosto de conhecer uma cidade diferente. Pois eu acredito que se descobre cantinhos escondidos que não estão nos guias turísticos. Por isso, eu sempre procuro fazer e indicar esse tipo de passeio seja qual for o destino.
Alimentação
A culinária polonesa é saborosa e simples. Em Varsóvia come-se muito bem e por um preço justo. Você encontra restaurantes que servem diferentes tipos de sopas, carne de porco, vegetais, mas o prato mais famoso é o pierogi. Parecido com o dumpling, é uma espécie de pastel, podendo ser assado ou frito. São diversas opções de recheio e outras tantas possibilidades de toppings para combinar com o pierogi.
Um dos melhores lugares que eu comi essa especialidade polonesa, foi no restaurante Gosciniec Polskie, que fica próximo a Praça do Mercado, na Stare Miasto. A porção do pierogi com oito unidades custava em torno de 21,90 zlotys em 2018. Endereço: Podwale, 19.
Por fim, afirmo que foi especial conhecer Varsóvia e me aprofundar na sua incrível história. O fato dela ter sido reconstruída do zero após a guerra, faz dessa cidade uma das mais interessantes que eu já visitei em toda a Europa.
Dessa forma, eu indico para qualquer um que goste de história do século 20, principalmente sobre a Segunda Guerra Mundial.
Você encontra mais posts sobre outras cidades da Polônia aqui.
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